sábado, 11 de julho de 2009

O Herói e a Armadura


Desde os tempos dos duelos o conceito de herói é o mesmo; alguém destemido, que vence seus desafios e, geramente, porta uma armadura. É ela que irá proteger seu corpo contra as feridas, suas pernas para que prossiga, seus braços para que ataque e seu rosto, para que sua face eteja oculta diante do inimigo. O corpo da armadura protege o tesouro mais valioso, o coração do guerreiro.Se o coração é atingido o herói se desestabiliza, agoniza com a dor e logo morre para a vida que pulsava em si.
Particularmente não vejo esse herói com olhos de adimiração, mas o que me passa é um misto contraditório de covardia e bravura.
O verdadeiro herói não se esconderia atrás de uma armadura, mas enfrentaria seus medos de peito aberto, não evitando as farpas que por ventura atinjam o coração. O verdadeiro herói ofereceria o corpo para as cicatrizes e o rosto para a humilhação.
Quantos de nós já teve o coração tão ferido que, acovardado, se viu obrigado a protegê-lo com a armadura, para que a vida e tudo de bom que restou nele não se esvaisse para sempre?
Eu sou uma dessas, que porto uma armadura e sou tida como heroína. Mas meu coração não mente, e apesar de saber que está ferido e que precisa de proteção, pulsa inconformado com a atitude de escondê-lo tão profundamente para evitar a dor. Não coração, é aí que entra minha bravura, pois não é a sua dor que eu evito, mas sim a sua morte.Sua capacidade de reconhecer outro de ti em outro de mim.

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