sábado, 18 de julho de 2009

A Amizade e a Alegria da Imperfeição



"Conhecer alguém aqui e ali que pensa e sente como nós, e que embora distante, está perto em espírito, eis o que faz da Terra um jardim habitado."

Começo a decifrar minhas incógnitas da semana com esse pensamento de Goethe, escritor e pensador alemão do século XVIII. Tão distante de nós no quesito tempo, tão igual a nós no quesito sentimento. Goethe, por ser capaz de escrever estas palavras, com certeza já abrigava no coração o valor da palavra amizade. Esta que nos faz ser a pessoa certa no momento errado, no momento de angústia e de solidão de alguém querido, e sem querer acabamos sendo a pessoa errada no momento certo, que apoia incondicionalmente alguém que é humano e comete pecados mortais. Este sentimento que nos deixa escravos de alguém que não temos obrigação nenhuma de amar, apenas amamos inocentemente e suplicamos, mesmo que escondido, um pouco de atenção em cada segundo da vida. E só nos sentimos completos quando estamos cientes de que completamos esse outro alguém. Aí sim, temos a fiel certeza de que podemos entregar-lhes a vida, e que cuidarão dela melhor do que cuidariam da sua, só porque viver seria pedir demais a alguém que se sente responsável por magoar um amigo. É um pecado se apegar tanto a alguém assim, porque aos anjos são dadas as missões de nos apoiar e vigiar, e, quando menos esperamos, eles cumprem a função e nos deixam vagar sozinhos pelos medos de nossa mente que eles conheciam tão bem. Pedimos a Deus que nos mande seu anjo de volta, e queremos cortar suas asas para que ele nunca mais volte para o céu. Agradeço por ser imperfeita, porque quando estou com meus amigos os imperfeitos se arranjam em tamanha harmonia que chegamos perto, bem perto da perfeição. Se fossemos perfeitos, seríamos sós. E a perfeição nos faria odiar cada minuto de independência.

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